Sei que pessoas não pertencem a outras pessoas, mas estão abertas a relacionamentos, ou pelo menos, pensam que sim. Infelizmente descobri isso com o ultimo sorriso dele. Será possível que ele é mesmo assim, e não o que me mostrou ser? Duvida cruel. E tudo o que eu sei é que o desconheço. Sabe quando você compra um scarpin lindo e de aparência confortável - que o frete sempre triplica o preço, então, o que era barato ficou caro - pela internet, e você fica ansiosa pra que ele chegue logo? Quando chega você corre para abrir a caixa e conferir se era isso mesmo. É assim que eu entendo - vejo, penso, choro - ele. De todas as ''promessas'', ele não era nem a metade, porque quando você usa ele, todo mundo elogia, mas os seus pezinhos agradeceriam se você o tirasse logo. O que mudou mesmo, foi que ele chegou, sem eu encomendar. Mas o resto, foi parecidíssimo... Apareceu de repente, me encantou, me deixou boba, feliz, me fazendo perguntar de onde veio e porque, mas sem receber resposta, apenas querendo usufruir. Desgraçado!! Chegou me trazendo alegrias e depois, só o que me causou foi dor. Deixei de lado, esqueci ele por um bom tempo. Sempre tive os outros, que são lindos e extremamente confortáveis. Mas teve aquela noite, que abri o guarda-roupa e vi aquela coisa fofíssima lá, e mesmo sabendo que iria me machucar, eu o calcei, não aguentei muito tempo, mas ele é tão lindo, que valeu aquela dorzinha, aquele pouco tempo e aquele dia. E quem sabe um dia, eu o calce de novo, só para não perder o costume. E quem sabe, ele pare de machucar e dai sim, - sem dor, - ele vai ser o meu predileto!
[Pietra Mariah]