terça-feira, 9 de agosto de 2011

A lembrança da vida da gente...


"Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe; e se sabe, me entende."
 
.GuimarãesRosa.

ps. foto minha

sexta-feira, 15 de julho de 2011


Com o vento batendo no rosto, o sol iluminando tudo, - por dentro e por fora - o calor me animando de maneira incomparavel, eu me sinto livre, leve e solta. Pronta para voar pra onde eu me levar, e curtir. Sair com as minhas amigas, achar paixões, perdê-las e não sentir nada. Viver, sonhar e acima de tudo, me amar. Dias assim, me deixam com vontade de ser feliz para sempre, e como toda vontade exagerada, a gente corre pro abraço e não se arrepende, apenas aproveita.

[Pietra Mariah]

terça-feira, 12 de julho de 2011

a montanha russa das nossas vidas.


Sobre todas as angustias do mundo, a minha não é a maior, mas também não fica muito pra trás. Tudo que desperta minha tristeza, ultimamente vem que nem bomba nuclear, atinge tudo ao raio de 20 km.
 Os meus sonhos eu tento deixar, cuidadosamente protegidos, num abrigo. Alguns ficam para trás, em meio a todo pavor e correria.
 Injustamente, eu sempre me deparo com a minha grande companhia, aquela que me devora em poucos segundos e demora dias para me digerir, remói e comprime. E la dentro é frio, escuro e solitário, é como uma prisão, nada do que eu faça me tira rapidamente daquele lugar, sempre demora um pouco. Esse tempo passa, sempre passa, vezes deixando grandes cicatrizes e em outras não deixando nada, como se nem tivesse passado por tudo aquilo.
 Com o tempo o sol volta a brilhar, tudo seca e algumas flores crescem. Corro, quase mais rápido que o vento, abro as portas do abrigo aonde antes escondia meus sonhos, e os retiro de lá. Até encontro alguns perdidos pelo caminho, e permito que alguns cresçam.
 Reaprendo a sorrir, a deixar o olhar brilhar. De tijolo em tijolo reconstruo tudo o que aquela bomba maldita destruiu. E vou melhorando todos os dias, por meses, ou anos, talvez só por uns dias, ou melhor, até a bomba imprevista cair de novo, destruir, arrebatar, descontrolar. E mais tarde tudo melhorar e ficar bem. Sem saber quando e onde irei me deparar com os destroços das bombas que caem pelo mundo.

[Pietra Mariah]

quarta-feira, 6 de julho de 2011


“Às vezes sinto falta às vezes acho que é um alívio estar longe.”

                                

- Caio Fernando Abreu.

domingo, 3 de julho de 2011

olhe bem no fundo dos meus olhos...


"É tão dificil vê-la sem um sorriso no rosto, quanto ver nevar no nordeste. Mas já parou pra pensar que esse sorriso pode ser apenas um disfarce, e que talvez ela precise de você?!"

[Pietra Mariah]
Título: "De janeiro a janeiro - Roberta Campos"

sábado, 2 de julho de 2011

idas e vindas...


Já desci do trem com vontade de nunca mais embarcar nele, mas sei que o meu caminho não termina nessa parada, e que devo seguir viagem. Por mais que seja aqui que eu gostaria de ficar, quietinha e feliz, sei que devo seguir, - não que não possa retornar uma vez ou outra - necessito conhecer tudo o que me espera mais á frente. Não excitei, fui calmamente até o vagão central, olhei com delicadeza tudo a minha volta, com um sorriso fraterno, - lembrando da minha ultima parada naquela estação -, eu sempre soube que o que me fazia sorrir estava nessa estação. Mas embarquei e segui viagem, ao contrário do meu coração. Sempre volto para revê-lo, e matar a saudade. E ele sempre soube o quão difícil pra mim, era partir, e eu sempre soube o quão difícil pra ele, era me ver partir, e juntos pensávamos "ainda haverá o dia que não terá partida, e que ficaremos juntos, até durar".

[Pietra Mariah]

é o que acontece depois...


“Só que agora você deve estar, sei lá, pegando uma outra garota pra levar ao cinema. E tudo bem por mim, sério mesmo. Sei bem que você sabe que a tal não merece mais que uns pacotes de pipoca, restaurante, beijos no carro. Posso imaginar como ela vai dizer, sei lá, me liga. E você vai responder com seu velho e irritante a-hã. Sabendo que não vai ligar. Não porque é um cara ruim, mas pela recorrente sensação de que acabou de largar em casa um quebra-cabeças de três mil peças que, olhando o modelo na caixa, talvez até valha o trabalho de montar. Mas, poxa vida, são três mil peças. E você detesta montar coisas.

[ Gabito Nunes ]

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Alguém capaz de plantar jardins de margaridas entre os inexplicáveis muros de pedra...


"Aos meus olhos, não havia nada que aquela mulher não fosse capaz de fazer sozinha."

[Comer Rezar Amar - Elizabeth Gilbert]
Título: Elizabeth Gilbert

quarta-feira, 29 de junho de 2011

 
“Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. "

terça-feira, 28 de junho de 2011

O amor é uma máquina do tempo...

 
“Acho que não precisava ser assim. É tudo tão forte, tão profundo, tão bonito, não precisava doer como dói. Eu não podia apenas sorrir quando me lembrasse de você? Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas logo em seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteira. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura.”
- Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

' de frente comigo mesma.'


Sentada na varanda de casa, observando cada gota d'agua que caia do céu, pensando em como comprar um terreno na lua, embaralhando toda a minha mente; completamente distante de tudo mas não de todos. Lembrei de cada vez que o vi sair, e entrar em casa, de cada sorriso, jeito de andar com pressa, ás vezes mais calmo, e todas as brincadeiras dele. Foi mesmo nostálgico, tudo se assimilava, com o nosso relacionamento, que hoje já é um ex-relacionamento, isso ex-relacionamento, e eu já posso parar de pensar nisso. Pronto, agora distante de todos também. Me concentrei totalmente em comprar o meu terreno na lua, bizarro. Impossível na verdade. Mas tento, como sempre tentei tudo o que eu quis, e se acaso eu não conseguir eu imagino, como sempre imaginei tudo o que não tive. Um terreno na lua é algo que todos desejariam se quisessem ficar a sós, e eu literalmente estaria sozinha, pra pensar em tudo que eu quisesse, e principalmente, pensar em mim. Sempre pensei em fazer alguma coisa tipo, eu por mim; talvez eu me conheceria um pouco mais,  tudo o que não conheci, por pensar muito nos outros. Bom, eu sempre complico tanto, que já embaralhei as coisas por aqui também, é que assim.. Eu o perdi, ai pensei em comprar um terreno distante de tudo,- aqui é meio difícil, tudo envolve muitas pessoas, e coisas - e pra me distrair e esquecer um pouco dos problemas. Bom, previsto que o meu terreno na lua eu não conseguiria, arrumei meu quarto, toda branquinho com detalhes lunáticos, e algodões pendurados no teto, como se fossem nuvens, pisca-piscas ao redor da cama e da janela, tudo pra que eu me sentisse no meu canto, sendo a minha lua - já que a lua que todos viam eu não consegui. Imaginei-a. Escrevi alguma coisa, mas as palavras que eu procurava eram: ''você, ele, nós." Mas era EU, era eu mesma, e se eu quiser eu sou nós, eu sou ele também, e sou você, é só aprender a lidar com isso e conseguir manter, - na maioria das vezes eu não consigo -. " Confusa. Chata. Alegre. Sonhadora. Otimista. Chorona. E mais um pouco, realizada! ". Isso já é um pouco do que sou. E dai, fiz o que pude, pra me sentir a vontade, enfeitei o máximo do meu quarto pra parecer a lua, comecei a escrever algo, parei de pensar nele, em você, em nós, e acabei me tornando várias em uma, e não me arrependi de nada. E não me arrependerei, só que agora já está tarde, já anoiteceu, esta ficando frio, e tenho que entrar, esse meu imaginário terá que esperar se quiser terminar, e a varanda mais viajada será o palco de mais um sonho, sem medida, e sem você, sem sofrimento, apenas meu. Mas pra terminar, antes de entrar vejo ele saindo novamente, e me sorrindo do jeito que me sorria sempre, mas desta vez era apenas um sorriso, agora eu vi isso, que ele apenas me sorria, e não me mandava um sinal, era apenas um eu imaginando o que eu não tinha ou o que deixei de ter, pela incapacidade de atravessar a rua e lhe dizer tudo, tudo o que sempre esteve entalado aqui dentro, pois afinal, sempre imagino tudo o que não tenho...

[ Pietra Mariah ]

terça-feira, 14 de junho de 2011

“No fundo, mesmo lendo tanto, pensando tanto e filosofando tanto, a gente gosta mesmo é de quem é simples e feliz. A gente não se apaixona por quem vive reclamando e amassando jornais contra a parede. A gente se apaixona por esses tipinhos banais que vivem rindo. E a gente se pergunta: que é que ele tem que brilha tanto? Que é que ele tem que quando chega ofusca todo o resto?”
 
' Tati Bernardi '

sexta-feira, 3 de junho de 2011

“Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.”

 ' Graciliano Ramos '

quinta-feira, 2 de junho de 2011

 
“Ou é idiota ou é feio. E isso resume toda a vida existencial de uma mulher solteira.”

[Tati Bernardi]

Incrível como algumas coisas deixam marcas...

 
“Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo.”

 
- Caio Fernando Abreu.